Épocas de fim de ano sempre acabam em viagem
para algum lugar. Se você tem um pet em casa, então sua programação já começa
bem antes do normal, não é mesmo? O fato é que nossos pets, em especial aqueles
que são muito apegados aos tutores, devem receber atenção redobrada neste
período, tanto os que farão a viagem quanto aqueles que deverão ficar na casa de
parentes, amigos, pet creche ou com algum cuidador.
O primeiro ponto do planejamento é: segurança! Se a viagem é de carro,
obrigatoriamente os cães devem estar presos por cinto de segurança no banco
traseiro do veículo. Em casas comerciais, encontra-se facilmente o peitoral ou
coleira com a guia específica para encaixe no cinto de segurança do veículo. Se
for um gato ou se o cachorro de porte pequeno ou miniatura, a recomendação é o
transporte em caixas específicas, com ventilação adequada e que também precisa
estar afivelada ao cinto de segurança, como se fosse um assento infantil.
As paradas durante o trajeto também são
essenciais para a hidratação e necessidades fisiológicas. Procure locais limpos
e que sejam pet friendly, para uma melhor experiência. Nesses pontos de
parada, cuidado com o contato com outros animais, pois há o risco de
transmissão de doenças, pulgas, carrapatos ou, ainda, uma possível “briga”
entre os animais, e isso pode colocar fim na sua viagem de férias.
Se a viagem for de ônibus ou de avião, existem
alguns pontos a serem observados. Recomenda-se que você entre em contato com a
empresa de transporte para saber se existe alguma restrição ao transporte de
animais, ou quais são as condições para que o transporte aconteça. Via de
regra, além de atestados sanitários, os animais precisam necessariamente estar
em caixas de transporte e, dependendo do tamanho do animal e das condições da
empresa, seu pet viaja a bordo com você.
Um ponto de atenção deve ser dado nos casos de viagens
de avião. Existem médicos veterinários especializados em atender, orientar e
adequar a situação sanitária dos pets para voos, em especial, para o exterior,
onde os critérios são elevados. São necessários atestados sanitários,
vacinações, vermifugações, preenchimento de guias de trânsito animal e outros
documentos para a confecção do passaporte, e tudo isso deve ser feito com muita
antecedência, principalmente se seu pet não for vacinado, pois existe um
período a ser respeitado para aplicação da segunda dose de algumas vacinas.
Portanto, informe-se!
Independentemente se a viagem é de carro próprio
ou outros meios de transporte, a condição sanitária do seu pet deve estar em
dia. Mantenha as vacinações ( multivalentes, raiva, leptospirose e outras)
sempre regulares, bem como a vermifugação. Isso deve constar na carteirinha do
seu pet, pois, numa barreira sanitária, tais informações podem ser solicitadas
por agentes sanitários do estado em que você estiver. Dica: você deve solicitar
ao seu médico veterinário de confiança um atestado de sanidade, que comprova e
atesta que seu animal não desenvolveu nenhuma sintomatologia clínica compatível
com doenças infecciosas nos últimos 30 dias e que esse atestado seja válido
durante toda sua viagem.
Se a viagem for para regiões litorâneas, é
interessante realizar a aplicação do antiparasitário que previne contra a
doença chamada “verme do coração”. Trata-se da Dirofilariose, que é transmitida
a partir da picada de mosquitos (gêneros Culex, Anopheles e Aedes)
infectados com o nematódeo Dirofilaria immitis. O agente etiológico
penetra o sistema circulatório dos cães (e em menor taxa, dos gatos) e se
instala no coração, causando doença cardíaca grave que, se não tratada ou
prevenida, pode levar a óbito. É válido, além da aplicação do vermífugo
específico, colocar coleiras repelentes nos animais, evitando assim o mosquito
vetor da doença e outros insetos.
Animais que enjoam durante a viagem requerem
atenção especial. Converse com seu veterinário e solicite orientação sobre como
proceder e, se necessário, poderá até mesmo ser prescrita alguma medicação que
auxilie na contenção de vômitos (antieméticos), que acalme seu animal para a
viagem (tranquilizantes leves, fitoterápicos, entre outros) ou então que de fato
faça uma sedação total, nos casos de transporte em caixas específicas e a
depender do tempo de viagem. Leve as coisas comuns do seu pet na viagem:
caminha, coberta, brinquedos, petiscos leves (caso ele não enjoe). Assim, mesmo
numa viagem longa, seu pet estará num lugar com objetos que ele reconhece, que
tem seu cheiro e sua identidade. Isso pode acalmá-lo.
A tutoria responsável começa com um planejamento
adequado das viagens em que seu pet acompanhará você. O bem-estar deles depende
da sua responsabilidade, então retribua todo o carinho e amor que seu pet lhe
oferece e boas férias!
*Marivaldo da Silva Oliveira é médico veterinário,
doutorando em Biociência Animal e coordenador do curso de bacharelado em
Medicina Veterinária da Escola Superior de Saúde, Biociências, Meio Ambiente e
Humanidades do Centro Universitário Internacional Uninter.