Considerado o mais importante
escultor animalista do Brasil, João Turin (1878-1949) é também um dos maiores
mestres da arte escultórica do Paraná. Sua obra repleta de simbolismos está
presente não só em espaços públicos, como parques e praças, mas também fazem
parte dos acervos de museus e instituições em três estados do Brasil: Paraná,
Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Ao todo, são 15 instituições
que possuem obras de Turin em seus acervos.
No Rio Grande do Sul, estão na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo (que
é gerenciada pelo Instituto de Artes da UFRGS) e
na Pinacoteca Aldo Locattelli (da Secretaria da Cultura da capital gaúcha). Esta
última disponibilizou de seu acervo um baixo-relevo de Turin em exposição
permanente no Paço Municipal de Porto Alegre.
Na cidade do Rio de Janeiro,
também há obras em dois espaços: no Museu de Arte do Rio e no Museu Nacional de
Belas Artes – mesmo local que recebeu a exposição, “João Turin – Vida, Obra,
Arte”, em 2015, que atraiu cerca de 25 mil pessoas.
O Paraná, onde o artista
passou maior parte de sua vida e realizou a etapa mais representativa de sua
trajetória artística, é o estado com mais instituições que possuem obras em
seus acervos. Ao todo, são 11 locais, na capital Curitiba: Museu Oscar
Niemeyer, Memorial Paranista, Museu Ferroviário, Museu Paranaense, Museu
Alfredo Andersen, Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Palácio Iguaçu, Museu
Municipal de Arte de Curitiba – MUMA, Memorial de Curitiba, Clube Curitibano e
Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.
“Ter obras de João Turin em
acervos de diversos museus e outras instituições é um fator bastante positivo
para seu legado artístico”, afirma Samuel Ferrari Lago, um dos gestores da obra
do artista. “Uma vez presente em acervos, os trabalhos de João Turin podem vir
a integrar exposições e outras atividades artísticas realizadas por essas
instituições, tornando-se acessíveis a um público ainda maior”, completa.
Exposição permanente
O Memorial Paranista,
inaugurado em 2021, apresenta uma seleção representativa de obras de João Turin
em exposição permanente, acessível de forma gratuita ao público. Ao todo, o
acervo permanente é composto por 100 obras, sendo que 78 delas foram doadas
pela Família Ferrari Lago (gestora do patrimônio artístico de Turin, que
realizou um resgate de ponta a ponta de seu legado artístico) ao Governo do
Paraná, que cedeu as obras à prefeitura de Curitiba para exposição no local.
No exterior
Fora do Brasil, uma escultura
de João Turin integra o acervo do Vaticano. Trata-se de “Frade Lendo”, obra
doada pela Família Ferrari Lago e entregue ao Papa Francisco pelo governo
brasileiro durante sua visita ao país, em 2013.
Sobre
João Turin
Em quase 50 anos
de carreira, João Turin deixou mais de 400 obras. Nascido em 1878 em Morretes,
no litoral do Paraná, mudou-se ainda garoto para a capital Curitiba, iniciando
seus estudos em artes, chegando a ser professor. Especializou-se em escultura
em Bruxelas e em seguida morou por 10 anos em Paris.
Retornou ao
Brasil em 1922, trazendo comentários elogiosos da imprensa francesa, e deu
início à etapa mais produtiva de sua trajetória. Foi premiado no Salão de Belas
Artes do Rio de Janeiro em 1944 e 1947. Faleceu em 1949 e é considerado o maior
escultor animalista do Brasil. Possui obras em espaços públicos no Paraná, Rio
de janeiro e França. Em sua homenagem, foi inaugurado o Memorial Paranista, em
Curitiba, que reúne 100 obras.
Em junho de 2014,
seu legado foi prestigiado pelas 266 mil pessoas que visitaram “João Turin –
Vida, Obra, Arte”, a exposição mais visitada da história do Museu Oscar
Niemeyer, em Curitiba, que ficou em cartaz por 8 meses e foi citada em um
ranking da revista britânica The Art Newspaper. Esta exposição também recebeu o
Prêmio Paulo Mendes de Almeida, da ABCA - Associação Brasileira de Críticos de
Arte, de melhor exposição do ano, e teve uma versão condensada, exibida em 2015
no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e em 2016 na Pinacoteca de
São Paulo.