O Consulado Geral da Itália
em Curitiba inaugurou sua nova sede, que conta com uma escultura do artista
João Turin (1878-1949),
doada pela Família Lago, responsável pela gestão das obras do escultor. A
estátua de pouco mais de 25 cm de altura é “Imigrantes”, que traz um grande
valor simbólico para o novo espaço localizado no bairro Batel, por representar
povos de outros países que se fixaram no Brasil.
“O Consulado Geral da Itália
está muito honrado e satisfeito por receber esta obra. Não só porque João Turin
e a Família Lago são de origem italiana, mas porque Turin sempre pensou em sua
origem”, afirma Salvatore Di Venezia, Cônsul Geral da Itália em Curitiba. “A
obra representa os imigrantes, e o Consulado Italiano é justamente o organismo
que representa a comunidade italiana e, sobretudo lembra do grande esforço, da
epopéia da imigração dos Italianos, que começou em 1870 em diante”, completa.
“Imigrantes” foi acomodada na
Sala de Reuniões do Consulado. Ao seu lado está um exemplar do livro “João
Turin: Vida, Obra, Arte”, do crítico de arte José Roberto Teixeira Leite, sendo
a maior pesquisa já realizada sobre o artista e fonte de consulta para quem
passar pelo local. “A escultura homenageia todos os povos que deixaram sua
terra natal para construir uma nova história num país longínquo, em especial,
aos nossos antepassados italianos que, assim como a família de João Turin,
cravaram na história do nosso estado suas influências, costumes, cultura e
força. Pelo contexto de mudança de sede, nossa família presenteou o Consulado
com esta obra”, afirma Samuel Lago.
Sobre João
Turin
Em quase 50 anos
de carreira, João Turin deixou mais de 400 obras. Nascido em 1878 em Morretes,
no litoral do Paraná, ele veio ainda garoto para a capital Curitiba, iniciando
seus estudos em artes, chegando a ser professor. Especializou-se em escultura
em Bruxelas e em seguida morou por 10 anos em Paris. Retornou ao Brasil em
1922, trazendo comentários elogiosos da imprensa francesa, além de dar início à
etapa mais produtiva de sua trajetória. Foi premiado no salão de Belas Artes do
Rio de Janeiro em 1944 e 1947. Faleceu em 1949 e é considerado o maior escultor
animalista do Brasil. Possui obras em espaços públicos no Paraná, Rio de
janeiro e França. Em sua homenagem, foi inaugurado o Memorial Paranista, em
Curitiba, que reúne 100 obras.
Em junho de 2014,
seu legado foi prestigiado pelas 266 mil pessoas que visitaram “João Turin –
Vida, Obra, Arte”, a exposição mais visitada da história do Museu Oscar
Niemeyer, em Curitiba, que ficou em cartaz por 8 meses. Esta exposição também
teve uma versão condensada, exibida em 2015 no Museu Nacional de Belas Artes,
no Rio de Janeiro, e em 2016 na Pinacoteca de São Paulo.