Pesquisa comprova que alunos bilíngues têm benefícios cognitivos e mais chances de aprendizagem
Assim como o corpo humano precisa de atividades físicas para se manter saudável, o cérebro precisa ser exercitado para melhorar seu desempenho. Aprender um novo idioma é uma das melhores formas de fazer com que as habilidades cognitivas fiquem cada vez mais afiadas.
Pesquisadores mostraram que o cérebro bilíngue pode dispor mais atenção e capacidade de alternância entre tarefas do que o cérebro monolíngue, graças à sua capacidade de inibir uma linguagem enquanto usa outra. Além disso, quando se tem habilidade com duas línguas em qualquer faixa etária os efeitos são positivos: crianças bilíngues a partir dos sete meses podem se ajustar melhor às mudanças ambientais, enquanto os idosos bilíngues passam a conviver menos com o declínio cognitivo.
A pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, notou melhorias na memória, habilidades visuais-espaciais e até na criatividade de pessoas que falavam mais de um idioma. Crianças bilíngues mostraram maior capacidade para manter a concentração e gerenciamento de conflitos durante os testes.
Na opinião da coordenadora de Internacionaização do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC), Soames Smaniotto, além dos benefícios cognitivos, aprender um segundo idioma também traz vantagens sociais. “Ser bilíngue abre um universo de possibilidades para os alunos, que somente com um idioma eles talvez não teriam acesso. Muito mais conteúdo se torna disponível, tanto na internet como em interações com pessoas e lugares”.
Além disso, aprender em inglês faz muita diferença, explica a coordenadora. “Mais que aprender os termos, aprender outra tarefa em inglês por exemplo, exercita o cérebro de uma maneira fantástica. Aulas de culinária, artes e educação financeira trazem também uma bagagem cultural diferenciada para os estudantes, que ganham muito mais ferramentas para conhecer o mundo e multiplicar seus conhecimentos”.