Elizeu Barroso Alves (*)
Accountability é uma palavra de origem inglesa e sem tradução em nenhuma língua, pois apenas uma palavra é pouco para sintetizar o seu conceito que agrega valores universais. Trata-se de uma forma de ação que vai além de prestar contas, é uma ação moral de respeito na sociedade, seja no seio familiar, empresarial, religioso e público. É a importância de deixar claras as intenções e o bem fazer ao próximo. É ser responsável pelas suas ações, no sentido do que aventa o escritor Antoine de Saint-Exupéry em sua obra O Pequeno Príncipe: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.
Apesar de vivermos em nossa individualidade, nunca podemos esquecer que somos parte de algo maior e que estamos todos conectados para o bem e para o mal. Um político de má índole que superfatura uma obra está fazendo mal a todos em seu entorno, e a si próprio, visto que ao ser descoberto (e o será) irá perder todo o seu capital político acumulado até então.
A corrupção está nas pessoas, em todos os sentidos da vida, nos corruptos e nos corruptores, e nas mais diversas instituições que deveriam por zelo ao social se ater às práticas do bem. Porém, elas sucumbem pelo atalho proporcionado pelo “jeitinho brasileiro” de fazer as coisas pelo jeito mais fácil, e não necessariamente o jeito correto. Assim como fizera Chapeuzinho Vermelho em seu atalho à boca do lobo.
É preciso coragem para fazer o bem, para se doar ao próximo, e não aceitar com naturalidade os maus feitos que são como um câncer que cresce silenciosamente no início, para muitas vezes se tornar um caminho sem volta. Se você é um líder, ou ocupa um cargo de liderança, saiba que, agir dentro dos preâmbulos do accountability é uma obrigação moral.
Por exemplo, a questão não é respeitar os mais velhos, a questão é respeitar a todos, indiferentemente de suas particularidades. É saber que se o sinal estiver na cor vermelha, você não pode passar, nem mesmo se não tiver ninguém olhando ou nenhum carro vindo. É uma questão de respeitar, condição moral que devemos desenvolver em todos os momentos de nossa vida. Os preceitos de uma palavrinha só significam agir em prol do desenvolvimento de uma sociedade mais fraternal, justa e acessível.
(*) Elizeu Barroso Alves é mestre e doutor em Administração. É coordenador de CST Gestão Comercial e Varejo Digital do Grupo Educacional UNINTER, membro do grupo de pesquisa 'Práticas de Gestão em Contexto Organizacional' (PEGO-UNINTER), membro do Comitê de Governança Ecossistema de Inovação de Curitiba e RMC, e membro da Comunidade Inovadores & Inquietos